Tuesday, May 31, 2011

Workshop - Alimentação Vegetariana, o que a Natureza nos dá, Sábado, 4 de Junho

Workshop - Alimentação Vegetariana, o que a Natureza nos dá, Sábado, 4 de Junho


A Casa da Horta promove o Workshop - Alimentação Vegetariana, o que a Natureza nos dá, dia 4 de Junho, entre as 12h e as 17h.

(Investimento: 15 euros; almoço 5 euros)

A American Dietetic Association sustenta que a alimentação vegetariana devidamente planeada é saudável e nutricionalmente adequada. A nutricionista Tânia Magalhães volta à Casa da Horta para abordar os conceitos de veganismo, os nutrientes chave, a suplementação e o recurso a alimentos fortificados, bem como sugerir menus equilibrados.

A pré-inscrição será feita para o email taniamagalhaes75@gmail.com, com indicação de nome e contacto telefónico e considerada válida após envio comprovativo de transferência de 50% do valor de investimento."

http://casadahorta.pegada.net/entrada/2011/05/28/workshop-alimentacao-vegetariana-o-que-a-natureza-nos-da-sabado-4-de-junho/

Monday, May 30, 2011

Um dia por semana só com vegetais e frutas à mesa

Um dia por semana só com vegetais e frutas à mesa


Pode nem parecer muito, mas nos dias que correm uma iniciativa deste género tem um tremendo potencial de criação de consciências e mudança de hábitos. Oxalá a ideia comece a “pegar” também por terras lusas. Hajam escolas, instituições, associações, etc. receptivas. Conhecem algumas?


A presença no Rio do ex-Beatle Paul McCartney, um vegan convicto, criou um momento propício para a concretização de uma ideia do secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói, Fernando Guida, um ambientalista preocupado com saúde e sustentabilidade, que há tempos pretendia incluir a cidade no movimento "Meatless Day" (Dia sem Carne), surgido nos Estados Unidos em 2003 e que hoje engloba vários países.

No próximo dia 24, Niterói lança o projeto "Segunda sem Carne", em parceria com a Socidade Vegetariana Brasileira. O lançamento do projeto será no Museu de Arte Contemporânea, às 19h30m, reunindo ambientalistas e representantes dos vegetarianos, que falarão sobre temas como defesa animal e alimentação sem carne. O secretário diz que os preparativos para o evento estão indo de vento em popa e todos os envolvidos estão muito motivados, embora ele mesmo reconheça que fazer a população tirar a carne do cardápio ao menos um dia da semana será uma mudança de paradigmas, "como todas, difícil e trabalhosa".

O secretário diz que o que o motivou a abraçar tal causa foi a vontade de cumprir bem o papel da secretaria e de trabalhar pela melhoria da qualidade de vida da população. Para ele, o projeto é plenamente adequado e, implantado, significa a melhoria da qualidade de vida da população.

"A educação alimentar e ambiental precisam ser alvos constantes do poder público. A ideia do não consumo de carne ao menos uma vez por semana vai nesta direção. A começar pela saúde preventiva, está mais que provado que uma alimentação mais saudável e equilibrada é benéfica para o organismo. As pessoas podem evoluir para paulatinamente consumirem menos carne ou até se tornarem vegetarianos", explica.

Reações
O gerente do Porcão Niterói, Jucier Antunes de Souza, diz que o restaurante está preparado para receber uma clientela vegetariana ou que não coma carne vermelha, pois tem boa oferta de saladas e peixes e frutos do mar. Mas ele explica que, por sua experiência, será difícil fazer a dieta anticarne. "Até na sexta-feira Santa, quando usualmente não se come carne, para nós é dia normal. Restaurante cheio", diz ele. Jucier conta que entre seus clientes ainda não ouviu comentários sobre a proposta da "Segunda sem Carne".

Já o tradicional mercado Império da Banha, no bairro de Santa Rosa, em Niterói, vende tanta carne que muitas vezes o estoque nao é suficiente, diz o gerente Valdeque Pinto da Silva. Principalmente às quartas-feiras, dia de promoção, e aos sábados e domingos, para o churrasco de fim de semana. Ele nada sabia sobre o projeto da prefeitura e também não acredita que a proposta vingue.

"É hábito do povo, nem na Semana Santa o povo deixa de comer carne. E tem churrasco todo fim de semana. Nem a população mais pobre deixa de fazer seu churrasquinho", disse.

Já o secretário acha que pode haver benefício para o comércio, que poderão às segundas-feiras oferecer produtos diferenciados: "Conversei com o dono de uma grande churrascaria que, no início da conversa, riu da ideia, mas depois entendeu que poderia lucrar, oferecendo alternativas saudáveis e anunciar que seu restaurante era amigo da Amazônia".

Nutricionistas
A professora de Nutrição da Uerj Suzana de Freitas prega uma alimentação balanceada em que a carne tem papel importante. Ela explica que a carne, seja bovina, de aves ou suína, é uma fonte proteica de alto valor e qualidade, não encontrada em outro grupo alimentar, a não ser, em menor dimensão, no leite e nos ovos. Mas o ferro encontrado na carne é de alta qualidade e não tem similar em outro grupo alimentar. O ferro é fundamental para o bom funcionamento do metabolismo, e é muito importante para as crianças. Sua deficiência causa anemia.

A especialista diz que 150 gramas de carne por dia suprem todas as necessidades proteicas do ser humano, mas um dia sem carne, como propõe o secretário Fernando Guida, não chega a afetar a saúde. Quem quiser evitar a carne, pode suprir boa parte das necessidades de proteína com a soja, principalmente consumida junto com um cereal, como o arroz.

Já a nutricionista Patricia Cunha vê vantagens na dieta vegetariana, que tem mais fibras, mais gorduras de qualidade e menos gordura saturada, encontrada nos produtos de origem animal. Ela explica que a carne de fato tem proteínas de alta qualidade, mas uma refeição diversificada pode oferecer os mesmos aminoácidos encontrados na carne. Uma refeição equilibrada deve incluir cereais integrais, oleoginosas como nozes e sementes, vegetais coloridos e vegetais de cor verde escura, ricos em ferro. E uma fruta citrica, que vai absorver esse ferro.

Defesa dos animais e do meio ambiente
O secretário Fernando Guida destaca que o "Segunda sem Carne" vai ainda defender os animais "já que eles não têm voz". Para ele, um dia sem carne melhora muito a qualidade do meio ambiente. Ele lembra que o gado é grande emissor de metano, um gás 21 vezes mais perigoso do que o gás carbônico e diz que no Brasil já temos mais gado do que gente.

"Os pesquisadores dizem que a criação de gado já é responsável por cerca de 5% das emissões de gás no Brasil. É muito. E se vender carne é um bom negócio, mais criação de gado haverá. E onde criar mais gado? A pressão é sobre a Amazônia e outros ambientes para transformá-los em pasto", explica.

Lilian Quaino
Do G1 Rio

Friday, May 27, 2011

Quinta Musas da Fontinha



Um exemplo inspirador e, sem qualquer dúvida, a seguir. Que mais e mais hortas tragam a Natureza, o verde e os alimentos biológicos e locais às nossas cidades permitindo-nos libertar da ditadura do "asfalto e do betão"

Tuesday, May 24, 2011

Vegetarianices: Estufadinho de Lentilhas com Couve Flor


Estufadinho de Lentilhas com Couve Flor
Acompanhado de:
Amaranto
Legumes no Vapor com molho de sésamo
Feijão Mung germinado

Wednesday, May 18, 2011

Sessão Formativa/Forum sobre Alimentação Vegetariana Natural + Oficina prática de Alimentação Vegetariana Natural

Sessão Formativa/Forum sobre Alimentação Vegetariana Natural

28 de Maio de 2011, Sábado, Casa da Horta - Porto

10h30-13h30,

contribuição: 5,00 hortas (*)

(*) 10% de desconto em mais de uma inscrição


Somos aquilo que comemos. Sendo a alimentação tão preponderante naquilo que somos e fazemos porque é que, tantas vezes, praticamos uma alimentação tão inconsciente e descuidada? Não acaba por ser inevitável o surgimento de tantos problemas de saúde associados ao nosso estilo de vida e à alimentação inconsciente que praticamos?

Pode-se dizer que a nossa alimentação se artificializou, industrializou e tornou em larga medida negligente. Quantas vezes reflectimos verdadeiramente sobre o nosso estilo alimentar? Até que ponto nos preocupamos verdadeiramente com a qualidade e vitalidade da nossa alimentação?

Esta sessão formativa/forum pretende sensibilizar para uma alimentação consicente e sustentável, quer ao nível socio-ambientel quer ao nível, e antes de tudo o mais, da saúde e equilíbrio do próprio indivíduo. Será alimentarmos-nos de forma equilibrada um exercício assim tão difícil, aborrecido e dispendioso ou, pelo contrário, um processo divertido, acessível e, antes de tudo o mais … natural?


Alguns dos principais conceitos abordados:


  • Principais motivos para adoptar uma alimentação vegetariana

  • Diferentes tipos de vegetarianismo

  • Noções básicas de nutrição vegetariana

  • A alimentação natural

  • Ingredientes / condimentos básicos numa alimentação vegetariana natural



Oficina prática de Alimentação Vegetariana Natural

29 de Maio de 2011, Domingo, Segredos da Horta - Matosinhos

10h00-14h00,

contribuição: 30,00 hortas ou 25,00 hortas para participantes da Sessão Formativa/Forum sobre Alimentação Vegetariana Natural (*)

(*) 10% de desconto em mais de uma inscrição


Ainda que vivendo numa sociedade onde o consumo de carne é comum e predominante, o vegetarianismo por motivos de ordem ética, ecológica, saúde e espiritual encontra-se cada vez mais difundido, estando também implícito em novos paradigmas de aproximação da espécie humana à Natureza.

O Vegetarianismo é, por isso, uma opção cada vez mais válida, eticamente correcta, saudável e, em geral, ecologicamente mais sustentável. Conhecê-lo é entrar num fascinante mundo de sabores, paladares e alimentos.

Por outro lado, mesmo sendo uma alimentação à partida bastante mais saudável (isenta por exemplo de hormonas e outras substâncias) por vezes o próprio vegetarianismo é também praticado de forma bastante insconciente e pouco equilibrada, não seguindo os princípios de uma alimentação verdadeiramente natural.

A Oficina prática de Alimentação Vegetariana Natural é por isso uma óptima oportunidade para investir em algo tão importante como a alimentação. Aprender a cozinhar e comer de forma consciente, equilibrada e ecológica. Aprender também alguns dos fundamentos e alimentos mais importantes na alimentação vegetariana natural – nomeadamente em termos de equilíbrio nutricional - de forma simples, prática, acessível e com todo o gosto!

Algumas das “criações” de cursos-formações anteriores :


http://segredosdahorta.blogspot.com/2011/03/2011-02fev-curso-de-introducao.html


http://segredosdahorta.blogspot.com/2010/03/algumas-criacoes-do-curso-de-fevereiro.html


http://segredosdahorta.blogspot.com/2010/03/mais-algumas-criacoes-do-curso-de.html


Projecto Segredos da Horta

Segredos da Horta é um projecto que tem por finalidade a divulgação da "cozinha vegetariana" nas suas diversas vertentes: nutricional, prática e filosófica. Desenvolve-se, principalmente, pela realização de "oficinas" de formação no decorrer das quais são transmitidos conhecimentos práticos e simples de confecção e preparação de refeições vegetarianas segundo princípios básicos de uma alimentação saudável e natural.

O projecto tem também por finalidade a realização de iniciativas e actividades, como por exemplo palestras, almoços e jantares, pic-nics e encontros, entre outros, com o principal objectivo de dar a conhecer e levar a experimentar a alimentação vegetariana natural.


O Formador - apresentação

Pedro Jorge Pereira, vegetariano há cerca de 12 anos, boa parte deles de forma integral (Vegan) foi cozinheiro no Restaurante Nakité, no Porto, e Daterra, em Matosinhos, tendo integrado também a Associação Cultural Casa da Horta. Actualmente tem por principal missão, desmistificando preconceitos e mitos vários, divulgar a alimentação vegetariana natural junto de mais pessoas. É formador sobretudo no projecto Segredos da Horta. Tem simultaneamente vindo a colaborar e desenvolver vários outros projectos e iniciativas na área da alimentação vegetariana natural e da educação ecológica e social.


Alguns dos principais conceitos abordados no conjunto das duas formações (palestra/forum + oficina) :

  • A alimentação natural

  • Ingredientes / condimentos básicos numa alimentação vegetariana natural

  • Alguns dos princípios mais importantes a seguir numa alimentação vegetariana

  • Diferentes técnicas culinárias

  • Formação Prática (*)

Menu:

Entrada: Paté de Tofu com Ervas Aromáticas e Pãezinhos de Alho
Prato principal: Bolinhos de Grão com Sementes
Acompanhamento: Boulgur com cenoura e legumes no vapor com molho especial
Sobremesa: Pudim de Sêmola, Morango e Cevada

(*) O valor do curso incluí:
- Formação durante a oficina e acompanhamento posterior;
- Refeições;

- Materiais pedagógicos diversos;


Inscrições:


Sessão Formativa/Forum sobre Alimentação Vegetariana Natural, Sábado, 28 de Maio de 2011

5,00 hortas (*)

(*) 10% de desconto em mais de uma inscrição


Oficina prática de Alimentação Vegetariana Natural, Domingo, 29 de Maio de 2011

30,00 hortas ou 25,00 hortas para participantes na Sessão Formativa/Forum sobre Alimentação Vegetariana Natural (*)

(*) 10% de desconto em mais de uma inscrição


Data Limite de inscrição:

5ªfeira, 26 de Maio


Modo de inscrição:

Através de transferência do montante de metade do valor para o nib:

0035 0091 0000 7119 9001 3 (Caixa Geral Dep.) (*)

com o envio do respectivo comprovativo, e indicação de qual ou quais as actividades em que se inscreve, para:

segredosdahorta@gmail.com


(*) no caso de não realização do curso todos os valores de “sinalização” serão integralmente devolvidos, sendo para esse efeito útil a indicação do nib remetente


Mais informações:

Segredos da Horta - Pedro Jorge Pereira

93 4476236

segredosdahorta@gmail.com

http://segredosdahorta.blogspot.com/



número de inscrições limitadas!

Número de inscrições limitado (por razões de ordem logística). Prioridade de acesso às actividades, especialmente à oficina, por ordem de inscrição.

A Alimentação Vegetariana como novo paradigma ético, ecológico e alimentar - apresentação do Projecto "Segredos da Horta

A Alimentação Vegetariana como novo paradigma ético, ecológico e alimentar - apresentação do Projecto "Segredos da Horta

por Pedro Jorge Pereira

Provavelmente já todos ouvimos a expressão “Somos aquilo que comemos”. Sendo a alimentação de facto tão preponderante naquilo que somos e fazemos porque é que, tantas vezes, praticamos uma alimentação tão inconsciente e descuidada? Não acaba por ser inevitável o surgimento de tantos problemas de saúde associados ao nosso estilo de vida e em particular à nossa alimentação?

Pode-se também dizer que a nossa alimentação se artificializou, industrializou e tornou em larga medida negligente. Quantas vezes fazermos algum esforço para reflectir verdadeiramente sobre os nossos hábitos alimentares? Até que ponto nos preocupamos verdadeiramente com a qualidade e vitalidade da nossa alimentação? Ou com a forma como esta se reflecte, desde logo e antes de tudo o mais, na nossa própria saúde?

Muitas vezes só acabamos por desenvolver esse género de preocupações, se desenvolvemos, quando a isso somos forçados por circunstâncias adversas nomeadamente: distúrbios físicos e/ou mesmo psicológicos resultantes da nossa alimentação.

Para além de um padrão evidente de industrialização, de artificialização e de aumento exponencial do consumo de produtos animais, sobretudo carne, distúrbios alimentares como a obesidade, num período anterior sobretudo à II G.M., eram praticamente residuais ou inexistentes. Actualmente adquirem contornos quase epidémicos no dito “mundo desenvolvido”. Em alguns países cerca de metade, ou mais, da população evidencia excesso de peso. Às vezes em proporções verdadeiramente assustadoras.

Simultaneamente, e como consequência natural, o número de doenças cardiovasculares disparou também nos países desenvolvidos. Porventura a alimentação não será o único factor mas, associada por exemplo a um maior sedentarismo, é sem dúvida um dos principais, senão mesmo o principal, factor.

Por outro lado, se analisarmos a própria evolução do sector alimentar, podemos facilmente constatar um padrão de concentração da produção sob o controlo de grandes empresas agro-industriais. De uma forma geral essa concentração tem-se vindo a revelar nociva. Ao nível da produção, apesar de uma suposta maior oferta em termos de marcas e produtos (marcas, na realidade, na maior parte das vezes, detidas por um conjunto muito restrito de corporações) a realidade é que se tem vindo a assistir a uma gradual perda de diversidade e a uma aceleração dos processos de industrialização.

O próprio poder dessas corporações baseia-se em larga medida numa poderosa estrutura de propaganda e marketing que, obviamente, existe predominantemente para induzir os indivíduos ao consumo, se possível quase “patológico”, dos seus produtos. Com esse intuito essas corporações conseguem, vezes sem conta, atingir de facto os seus propósitos comerciais mas com um elevado impacto negativo ao nível da educação e consciência alimentar, assim como cívica, dos indivíduos. Ou seja, muitos dos seus produtos têm um impacto bem mais negativo do que positivo no regime alimentar dos cidadãos (por exemplo considerando que muitas utilizam vezes sem conta o açúcar como substância aditiva) mas essa não é de forma alguma a mensagem que é transmitida. Bem pelo contrário.

Um público particularmente vulnerável a todo esse bombardeamento comercial é o público infantil. As crianças são também, simultaneamente, um alvo particularmente “apetecível” pois têm uma capacidade de influenciar as escolhas e hábitos de consumo da família de uma forma inestimável. Basta pensarmos no caso das crianças que “arrastam” atrás de si toda a família para o “Macdonalds” em virtude de toda a sedução dos brindes do “Happy Meal” e das zonas de recreio para crianças.

Se reflectirmos bem sobre a questão é profundamente perturbador pensar que algo com uma importância tão primordial como a alimentação, que se reflecte de uma forma tão directa na saúde dos indivíduos e, por inerência, da sociedade, tenha vindo a tornar-se, nos últimos anos, numa área onde os interesses corporativos de poderosas multinacionais predominam vezes sem conta em detrimento de valores bem mais importantes e éticos.

Nesse sentido, e focando-nos mais no aspecto “ético”, não deixa de ser profundamente pouco ético, para não dizer algo mais grave, que essa mesma indústria agro-alimentar tenha vindo a revelar uma tremenda capacidade para recrutar uma parte inestimável da comunidade científica para o seu campo propagandístico. Na prática, o que isto significa é que muitas vezes certos produtos e marcas que são promovidos como tendo este ou aquele benefício ao nível do próprio bem-estar físico para o consumidor estão a vender uma mais valia falsa ou até, em muitos casos, falaciosa. Por vezes contribuem até para a adopção de estilos de vida e padrões alimentares profundamente errados e perniciosos.

A esse nível, estou em crer, e generalizando, que a evolução tem sido num sentido negativo. Algumas das tendências, parcialmente já mencionadas anteriormente, e que se podem classificar de evidentemente mais negativas são:

- O aumento exponencial do consumo de carne e de outros produtos animais (nomeadamente lácteos);

- O maior refinamento e processamento dos alimentos o que leva, obviamente, a uma elevada perda de nutrientes e de outras propriedades. Isto apesar de estes se apresentarem como, aparentemente, mais atractivos e saborosos;

- Deficiente ingestão de produtos/alimentos integrais;

- Ingestão insuficiente ou mesmo quase residual de produtos hortícolas e frutícolas “frescos”, derivado, por exemplo, de um aumento dos alimentos congelados ou repletos de conservantes e intensificadores de sabor artificiais;

- Globalização da produção alimentar privilegiando em larga medida os processos mais intensivos, industrializados mas também com um impacto ecológico mais pesado e destrutivo. Para além de todos os impactos ao nível da saúde humana que estão ainda e em larga medida por avaliar.

- Aumento do consumo e “vulgarização” do “fast-food”.

- Perda de vínculos sociais e em parte da importância da refeição como momento de confraternização familiar.

Haverá muitos outros padrões e tendências a observar. No entanto, podem mencionar-se apenas os anteriores como sendo alguns dos mais preponderantes e fundamentais.

Tendo as sociedades “ocidentais” desenvolvido este género de padrões a questão que urge suscitar é:

O que fazer para conseguirmos inverter todo este género de tendências e fenómenos em larga escala de deterioração dos padrões alimentares?

Uma crítica em relação à industrialização da própria alimentação não constitui, como é de alguma forma propalado pelos defensores da tecnocracia moderna, uma apologia de “retorno ao passado”. No entanto, a certos níveis, os padrões alimentares anteriores a todas estas vicissitudes eram de alguma forma mais saudáveis e equilibrados. É certo que em virtude das próprias circunstâncias económicas, por norma mais adversas, existiam problemas graves até de subnutrição, mas, aparte desse aspecto, a realidade é que muitos dos problemas de saúde actuais, muito deles intimamente associados aos padrões alimentares contemporâneos, eram então muito residuais ou praticamente inexistentes (se pensarmos por exemplo na obesidade).

Nesse sentido observarmos que a determinados níveis evoluímos para um patamar de deterioração dos padrões alimentares deveria servir para tentarmos recuperar alguns dos padrões e hábitos alimentares ancestrais que, a muitos níveis, se têm vindo a perder.

A emergência das refeições pré-preparadas, dos produtos congelados, dos alimentos carregados de produtos químicos conservantes (ou por exemplo intensificadores de sabor, com aromatizantes, etc.) veio trazer muito mais malefícios do que propriamente benefícios para as sociedades ocidentais, que, a muitos níveis, com o fenómeno da globalização, têm vindo a “exportar” os seus padrões de consumo e estilo de vida um pouco para todo o lado do globo.

Acima de tudo, e antes de tudo o mais, urge empreender um enorme esforço de reflexão pessoal e colectivo no sentido de podermos observar de forma crítica e consciente aqueles que são os nossos hábitos alimentares actuais.

A alguns níveis começam a surgir indicadores positivos de uma maior consciencialização, assim como esforços e movimentos empenhados na promoção de padrões alimentares mais saudáveis, equilibrados e também ecológicos. As versões mais recentes da própria pirâmide alimentar, por exemplo (com uma preponderância bem maior das frutas, legumes, oleaginosas e cereais integrais), denotam bem essas mudanças positivas.

A outros níveis a ferocidade de todos os recursos propagandísticos da industria agro-alimentar continua tão ou mais acentuada do que já vinha sendo habitual. E continua a proliferar a propaganda a muitos níveis irresponsável aos pseudo super produtos teoricamente capazes de suprir do ponto de vista nutricional o essencial das nossas necessidades alimentares.

Por outro lado, aquilo que é a nossa alimentação “moderna” mais não é, a certos níveis, do que um reflexo daquilo que é a agricultura actual. Uma agricultura de modelo predominantemente intensivo e, como tal, em larga medida tóxico-dependente. Ou seja, dependente de elevadas quantidades de produtos químicos de síntese, de fertilizantes petro-químicos e, naquilo que é um sinal evidente de uma preocupante perda de soberania alimentar, uma actividade controlada pelos gigantes agro-industriais cada vez mais, por exemplo, freneticamente empenhados em impor os alimentos OGM (Organismos Geneticamente Modificados) aos cidadãos consumidores que ainda ousam desconfiar destas generosas companhias que a mais não aspiram, dizem, do que contribuir para o bem da humanidade (lucros astronómicos, quem falou nisso?).

Chegamos por isso a este ponto paradoxal em que a agricultura (à imagem de muitas outras actividades humanas, mas ainda mais “paradoxal” no caso da agricultura dado que estamos a falar na produção dos nossos próprios alimentos) consome muitos mais recursos do que aquilo que realmente produz. Para além disso, e tão ou mais preocupante: aquilo que é produzido é-o, em larga medida, de forma completamente insustentável e com um impacto ecológico demasiadamente destruidor. Chegados a este ponto é inevitável reflectir sobre uma das principais dimensões dessa destruição quase implícita naquilo que são os modelos agrícolas industriais modernos: a Agro-Pecuária Industrial.

Por outras palavras, a indústria pecuária, a criação intensiva de animais para satisfazer o consumo de carne dos países ditos industrializados, é uma das actividades humanas com um impacto mais “pesado” a nível planetário.

Só para termos uma pequena ideia, considere-se alguns dados:

“Estima-se que a contribuição do gado para a contaminação da água supera em mais de dez vezes a dos humanos e mais de três a indústria”

“Cerca de metade da pesca mundial vai para alimentar gado, 91% do milho, 77% da farinha de soja, 64% da cevada, 68% da aveia e 99% das colheitas de sorgo” (1)

“São necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.” (2)

“Um quilograma de carne de vaca produz tanto dióxido carbono quanto uma viagem de 250km de carro.” (3)

Face à dimensão expressa por estes dados é impossível negar a estrita ligação que existe entre o aumento do consumo de carne e a aceleração da destruição ecológica a nível global, nomeadamente se nos estivermos a referir, por exemplo, à questão das alterações climáticas.

Dessa forma qualquer mudança de paradigma a nível da alimentação das sociedades ditas ocidentalizadas terá que passar, pelo menos, por uma redução bastante drástica e efectiva do consumo de proteína animal. Redução que, de resto, só iria trazer benefícios considerando as diversas dimensões e impactos negativos ao nível dos quais o consumo excessivo se repercute (saúde, ambiente, bem-estar animal, etc.)

A mudança não implica que todas as pessoas tenham que se tornar necessariamente vegetarianas. Haveria muito a ganhar com isso certamente, mas acima de tudo urge inverter a tendência que se tem vindo a verificar de um aumento da procura e consequentes impactos do consumo de carne.

Há algumas décadas atrás, mesmo sem ser necessariamente vegetariano, a realidade é que o padrão alimentar de uma grande parte das pessoas era caracterizado por um consumo de carne bastante inferior aos níveis actuais. Muitas famílias comiam carne cerca de uma vez por semana.

De qualquer das formas, e apesar de cada vez mais difundido, ainda existe um enorme desconhecimento em relação àquilo que é, ou pode ser, a alimentação vegetariana e algumas das suas principais características.

O principal objectivo do projecto “Segredos da Horta” consiste precisamente em divulgar e dar a conhecer um pouco mais o vegetarianismo nas suas diversas vertentes e dimensões.

Uma das metodologias preferenciais tem sido a organização e dinamização de oficinas práticas de alimentação vegetariana onde os indivíduos podem ficar a conhecer mais, e de uma forma muito concreta, sobre esta.

A principal filosofia é a de que o ser humano é constituído por uma dimensão biológica, psicológica e espiritual. A nutrição não é pois a mera satisfação de uma necessidade biológica elementar mas, muito mais do que isso, é um processo de transmissão energética e de profundo inter-relacionamento do ser vivo com o meio ambiente (ecológico e social) onde se insere. Logo, daí se depreende que uma alimentação que tem por base o sacrifício e sofrimento de milhares de animais não pode senão causar enormes distúrbios e problemas planetários, bem como ao nível da própria saúde de quem se alimenta principalmente de carne. O Vegetarianismo é pois, e cada vez mais, uma opção eticamente mais correcta (pela enorme redução da exploração e sofrimento causado às outras espécies animais) e, em geral, ecologicamente mais sustentável.

Por outro lado está longe de ser, como alguns a tentam rotular, uma moda urbana moderna. Na verdade, ao longo da história, e ao contrário do mito que vai prevalecendo de que o Homem é essencialmente omnívoro, diversas civilizações e algumas figuras particularmente proeminentes da história da humanidade praticavam e praticam, por diversas razões, uma alimentação essencialmente vegetariana (Leonardo da Vinci, Platão, Sócrates, Henry David Thoreau, Gandhi, entre outros). Além disso, como de certa forma já foi referido, ainda que vivendo numa sociedade onde o consumo de carne é comum e predominante, o vegetarianismo por motivos de ordem ética, ecológica, religiosa e espiritual encontra-se cada vez mais difundido, estando também implícito em novos paradigmas de aproximação da espécie humana à Natureza. Talvez também implícito em novos paradigmas de “regresso às raízes” e a um estilo de vida, particularmente ao nível dos padrões alimentares, mais simples e natural. Sem sombra de dúvida mais harmonioso e equilibrado.

Por todos esses motivos e mais alguns o projecto Segredos da Horta irá continuar a dar o seu modesto mas determinado contributo para que o nosso Planeta possa ser um lugar melhor para todos os seres viverem, começando nessa dimensão tão crucial que é a forma como nos alimentamos e olhamos para a alimentação.

Segredos da Horta – Alimentação Vegetariana Natural

Pedro Jorge Pereira

segredosdahorta@gmail.com

http://segredosdahorta.blogspot.com/

Referências:

(1) (dados do departamento de agricultura dos EUA)

(2) Cornell University Science News (1997) [Em linha]. Disponível em http://www.news.cornell.edu/releases/aug97/livestock.hrs.html [Consultado em 08/04/2011].

(3) Fanielli, Daniele, Newscientist (2007) [Em linha]. Disponível em http://www.newscientist.com/article/mg19526134.500 [Consultado em 08/04/2011].

(4) Kushi, Michio e Jack, Alex;A Humanidade numa encruzilhada”, Um Mundo Ético, Lisboa, 2002

Tuesday, May 17, 2011

Consumo de Produtos Biológicos em Portugal, 19 de Maio, 5ªfeira, 21h30

III Ciclo de Conferências sobre Consumo Responsável


Sessão I – Consumo de Produtos Biológicos em Portugal

19 de Maio, 5ªfeira, 21h30

Casa da Horta - Porto


No próximo dia 19 de Maio, 5ªfeira, vai decorrer na Casa da Horta, Porto, uma sessão sobre o Consumo de Produtos Biológicos em Portugal . A sessão vai ter inicio às 21h30 e decorre no âmbito do III Ciclo de Conferências sobre Consumo Responsável . Os 2 conferencistas convidados serão Pedro Jorge Pereira e Mónica Truninger.
O programa total do ciclo de conferências sobre consumo responsável encontra-se em:


http://casadahorta.pegada.net/ficheiros/Programa.pdf

Wednesday, May 11, 2011

Pudim de Laranja e Cevada - Receita

Ingredientes:

1l de sumo de laranja

cerca de 250 – 300 g de sêmola de milho

cerca de 150 g de açucar mascavado ou amarelo

pitada de canela

2 colheres de sopa de café de cereais ou cevada

1 colher rasa de alga agar-agar


Preparação:

Tostar a sêmola num pouco de óleo ou margarina vegetal. Gradualmente ir acrescentando o sumo de laranja. Acrescentar também o açucar. Ir sempre mexendo, preferencialmente com vara de arames, de forma a dissolver bem os grumos. Acrescentar o café de cereais/cevada e continuar a mexer.

Ao fim de cerca de 10 minutos, ou menos, a consistência já deverá ser suficientemente sólida para a sobremesa estar pronta.

Deixar arrefecer e levar ao frigorífico, se bem que muitas vezes mesmo sem ir ao frigorífico a consistência já é suficientemente sólida.


Cobertura:

Ferver um pouco de sumo com agar-agar e colocar no topo da forma de pudim. Só depois de arrefecer um pouco é que deve colocar o pudim propriamente dito.

Em alternativa (ou de forma complementar) pode-se “gratinar” com coco ralado.